Atracções
Segredos que poucos conhecem no Bairro Alto
É um dos míticos bairros lisboetas e uma paragem obrigatória para todos os que querem conhecer as sete colinas da cidade. Há décadas que a boémia das estreitas ruas oferece entretenimento para todos os gostos, do mais intelectual ao mais alternativo, passando pelo rock e o típico fado.
Começou por ser das pessoas ligadas ao mar, a seguir o clero encontrou várias moradas nesta colina e até a nobreza se estabeleceu no Bairro Alto. Talvez tenham sido as centenas de anos de uma mistura de gostos iniciados no século XV, a marcar eternamente a identidade deste bairro de Lisboa.
Além das conhecidas histórias sobre ladrões, bordéis e artistas, o Bairro Alto encerra outros segredos, alguns ainda podem ser vistos e tocados, se soubermos onde os procurar.
O prédio mais estreito de Lisboa
A rua da Atalaia tem nos seus números 195 e 197 o prédio mais estreito de Lisboa. Apesar de ter duas portas, a largura da fachada tem pouco mais de dois metros, fazendo deste o prédio mais fino da capital. Já tivemos em Lisboa o prédio mais estreito da Europa, com apenas 1,60 metros de fachada, mas quis o destino que a sua demolição chegasse em 2008, fazendo do prédio da rua da Atalaia o mais fino da cidade.
O prédio mais medalhado
O edifício com mais placas de Lisboa, e talvez até do país encontra-se na Rua João Pereira da Rosa, mais precisamente no número 6. As sete medalhas evocativas que adornam a fachada cor-de-rosa deste prédio contam a história de como serviu de morada a alguns dos grandes nomes da cultura portuguesa. Escritores, jornalistas e poetas viveram nesta morada e mal podemos imaginar as discussões que estas paredes terão presenciado.
O pintor Bernardo Marques, o escritor Ramalho Ortigão, o historiador Joaquim Pedro de Oliveira Martins, o poeta José Gomes Ferreira e António Ferro foram os outrora inquilinos que fizeram do número 6 da rua João Pereira da Rosa um marco no Bairro Alto.
A maçonaria portuguesa abre (algumas) portas
As organizações secretas atraem todo o tipo de curiosos e dão origem a muitos mitos. Talvez com o objetivo de apaziguar algumas das lendas e suposições, o Museu Maçónico Português abre as suas portas para visitas de segunda a sexta feira, das 14h30 às 17h30.
Durante o que parece ser o momento de menos atividade desta sociedade, o Grémio Lusitano, no Bairro Alto, abre as portas para mostrar objetos relacionados com a história deste clube exclusivo, e partilhar mais sobre a sua simbologia.
Durante o que parece ser o momento de menos atividade desta sociedade, o Grémio Lusitano, no Bairro Alto, abre as portas para mostrar objetos relacionados com a história deste clube exclusivo, e partilhar mais sobre a sua simbologia.
Miradouro de São Pedro de Alcântara
Um ponto de passagem obrigatório para quem gosta de miradouros, o jardim de São Pedro de Alcântara esconde uma história mais mórbida do que a bela vista pode revelar. Descendo as escadas de pedra que levam ao jardim do poeta António Nobre, estamos no que foi em tempos foi um local procurado pelos que queriam pôr um fim à vida. O parapeito que servia de assento aos visitantes que pretendiam usufruir da vista foi substituído por uma grade. A história do local não se fica por aqui, a grade utilizada pertencera ao antigo palácio da Inquisição.
Capela de São João Baptista
Não é necessário apresentar a igreja de São Roque, é um dos marcos do Bairro Alto e é já visitada por milhares de pessoas todos os anos. Se por fora poderá parecer mais uma igreja, semelhante às muitas que existem em Lisboa, no seu interior escondem-se capelas laterais trabalhadas ao pormenor.
Uma das que merece mais destaque é a Capela de São João Baptista, que terá sido a construção mais cara do seu tempo. Foi encomendada a Roma, ao arquiteto papal por D. João V em 1742 e na sua construção foram incluídos materiais como marfim, ágata, pórfiro e lápis-lazúli. No entanto, o facto mais curioso é que esta capela foi erguida no Vaticano para o Papa celebrar a missa, depois desmontada e enviada para Lisboa.
Uma das que merece mais destaque é a Capela de São João Baptista, que terá sido a construção mais cara do seu tempo. Foi encomendada a Roma, ao arquiteto papal por D. João V em 1742 e na sua construção foram incluídos materiais como marfim, ágata, pórfiro e lápis-lazúli. No entanto, o facto mais curioso é que esta capela foi erguida no Vaticano para o Papa celebrar a missa, depois desmontada e enviada para Lisboa.
Depósito da Marinha Grande
Criada em 1769 pelo Marquês de Pombal, a Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande foi a primeira fábrica de produção de vidro em Portugal. Tal como o nome indica, a fábrica foi criada na cidade da Marinha Grande, onde o vidro continua a ser soprado à mão e é reconhecido como um produto de prestígio e qualidade.
A primeira loja da Marinha Grande surgiu em Lisboa há mais de 120 anos, nos números 234-242 da Rua de São Bento. Apesar de já se encontrar fora dos limites do Bairro Alto, vale a pena visitar o Depósito da Marinha Grande e admirar algumas das peças que se encontram disponíveis, como os famosos copos coloridos com bicos.
Lembranças do templo de Cibele
Em frente ao número 2 da Travessa do Almada encontra-se uma das fachadas do que foi um dia o palácio de D. João de Almada de Melo, primeiro visconde de Vila Nova de Souto. Sob este palácio encontra-se um templo romano do século II. Com uma existência desconhecida pela maioria, o templo dedicado à deusa Cibele, a Grande Mãe dos antigos gregos e romanos, foi descoberto em 1749 mas coberto novamente pelo novo edifício. No entanto, foram resgatadas quatro lápides em latim e encastradas na fachada do palácio na travessa do Almada.
Muitos passam por elas todos os dias, mas poucos são os que reparam na peculiaridade daquelas pedras, que têm milhares de anos e marcam a localização de um local de culto, ainda que este esteja debaixo do chão.