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Onde comer - 04 Nov 2024

Viva a verdadeira experiência gastronómica nas melhores tascas portuguesas da cidade

Portugal é um país rico em cultura e tradições, e a gastronomia é, sem dúvida, uma das expressões mais autênticas dessa riqueza. Como tal, Lisboa está repleta de pequenos e acolhedores estabelecimentos, dignos do estatuto de verdadeiros ícones da culinária portuguesa — as típicas tascas.

Atualmente, frequentar tascas é abraçar a verdadeira experiência gastronómica do nosso país. "Ir à tasca" é ter a certeza de degustar uma refeição caseira, desde os clássicos petiscos, aos pratos tradicionais recheados de sabor. Se lhe abrimos o apetite, venha explorar o nosso roteiro que reúne as melhores tascas portuguesas da cidade, do mais tradicional ao mais contemporâneo.

Tascas Tradicionais: O Sabor da Autenticidade

As tascas tradicionais são o coração da gastronomia portuguesa. Muitas delas têm uma história que remonta a décadas ou até séculos, e o seu ambiente acolhedor é perfeito para um almoço descontraído ou um jantar acompanhado de conversas animadas.

Restaurante 1º de Maio

Este restaurante emblemático no Bairro Alto é um verdadeiro santuário da cozinha portuguesa, onde a comida caseira é servida em generosas porções. Frequentado por artistas, intelectuais e visitantes de todas as partes, o espaço é um ícone da cidade. Ao abrir a pequena porta verde na rua da Atalaia, somos transportados para um cenário acolhedor, decorado com azulejos típicos e mesas de madeira cobertas com elegantes toalhas verdes, onde o espírito e os sabores autênticos de Portugal se encontram em cada detalhe.


Localização:
Rua da Atalaia 8, Lisboa (Bairro Alto)

Adega do Tagarro

Na Adega do Tagarro, a arte de petiscar tem o maior destaque. As célebres pataniscas de bacalhau, que conquistaram um concurso de cozinha em 1980, foram criadas por D. Amália, uma verdadeira lenda da gastronomia portuguesa. Até hoje, essas delícias são a estrela da companhia desta tasca, que abriu as suas portas em 1977. Atualmente, Judite e Paula, filhas de D. Amália, lideram o restaurante, mantendo o espírito familiar que sempre o caracterizou.


Localização:
Rua Luz Soriano, 21, Lisboa (Bairro Alto)

Zé da Mouraria

O Zé da Mouraria é uma tasca que se destaca pelas suas porções generosas. Pedir o famoso bacalhau, servido com grão e batata a murro é uma experiência que impressiona pelo tamanho da travessa que chega à mesa. Aberto apenas para almoços, o espaço costuma ter longas filas à porta, atestando a sua popularidade.

Desde 2015, uma segunda unidade do Zé da Mouraria opera na Rua Gomes Freire, onde é possível desfrutar de jantares com um menu à la carte. Entre as opções, destacam-se pratos clássicos como o bacalhau grelhado e os bifinhos ao alhinho.


Localização:

Zé da Mouraria - Rua João do Outeiro, 24, Lisboa (Mouraria)

Zé da Mouraria 2 - Rua Gomes Freire, 60-62, Lisboa (Campo Mártires da Pátria)

A Tasquinha do Lagarto

Na Tasquinha do Lagarto sabe-se o que esperar: pratos generosos de comida minhota, como pataniscas suculentas, arroz de miúdos e cozido à portuguesa. O espaço, decorado com referências ao Sporting Clube de Portugal, oferece uma experiência gastronómica autêntica e repleta de sabor.

Apesar da forte ligação visual ao clube, o nome da tasca não está relacionado com adeptos sportinguistas. O "lagarto" que dá nome à casa é, na verdade, um réptil embalsamado há mais de cem anos, herdado do antigo dono, que provavelmente o trouxe da guerra do Ultramar.


Localização:
Rua de Campolide, 258, Lisboa (Campolide)

Imperial de Campo de Ourique

A Imperial de Campo de Ourique, também conhecida como "Tasca do João”, é uma das tascas com mais renome do bairro. Famosa pelos sabores tradicionais que nos transportam para terras do Alto Minho, conta com uma carta de pratos muito apreciados, desde iscas, feijoada e arroz de cabidela. Mas não é apenas a carta que conquista quem por lá passa, o ambiente é acolhedor, sendo frequentemente descrito como uma verdadeira "casa de família”, onde todos são recebidos com atenção e carinho especialmente pelo, muito amável, Sr. João.


Localização:
Rua Correia Teles, 67, Lisboa (Campo de Ourique)

Tascas Contemporâneas: A Nova Geração

Se as tascas tradicionais preservam a verdadeira essência da cozinha portuguesa, as tascas contemporâneas acrescentam um toque moderno às receitas clássicas. Estas novas interpretações da gastronomia portuguesa estão a ganhar destaque, proporcionando experiências inovadoras sem perder a ligação às suas raízes culturais.

O Velho Eurico

O Velho Eurico é uma das tascas modernas mais populares de Lisboa, conhecida pela excelente comida portuguesa preparada pelo chef Zé Paulo Rocha e sua equipa. Originalmente uma tasca tradicional no bairro do Castelo, sob a gestão de Eurico, oferecia pratos típicos da província do Minho, como bacalhau e pratos de carne de porco. Desde que foi assumido por uma nova geração em 2018, o restaurante manteve as suas raízes na culinária tradicional, mas com técnicas mais refinadas. O bacalhau à brás é um dos pratos mais elogiados, combinando tradição e inovação. Se quiser experimentar, é essencial fazer reserva antecipadamente devido à elevada procura.


Localização:
Largo São Cristóvão, 3, Lisboa (Castelo)

Tasca Baldracca

A Tasca Baldracca, vizinha d’O Velho Eurico, é outra popular tasca moderna em Lisboa. Conhecida pelo ambiente descontraído, boa comida e muita variedade de bebidas, o espaço é ideal para passar horas com amigos, saboreando diversos pratos pequenos, pensados para serem partilhados. Fundada pelo chef Pedro Monteiro, que também lidera a cozinha da Fábrica da Musa e faz parte do coletivo NKOTB, a Baldracca reflete a nova geração de chefs que estão a renovar a gastronomia lisboeta, mantendo a tradição portuguesa, mas com abordagens inovadoras.


Localização:
Rua das Farinhas 1, Lisboa (Castelo)

Taberna Sal Grosso

A Taberna Sal Grosso foi uma das pioneiras entre as novas tascas modernas de Lisboa, destacando-se por servir comida portuguesa simples, mas executada com excelência. Localizado perto da estação de Santa Apolónia, o restaurante é acolhedor e descontraído. O menu varia conforme os ingredientes frescos do mercado, com as especialidades escritas numa ardósia na parede. Entre os pratos, podemos encontrar iscas de pato, tutano ou línguas de bacalhau com puré de ervilhas. Fiéis à tradição, servem pão com banha de porco em vez de manteiga ou azeite.


Localização:
Calçada do Forte 22, Lisboa (Santa Apolónia)

Taberna da Rua das Flores

A Taberna da Rua das Flores mantém a essência de uma típica taberna portuguesa, mas a sua ementa vai muito além do esperado. Liderada pelo criativo chef  André Magalhães, o menu muda diariamente e é igualmente apresentado numa ardósia. A cozinha mistura a tradição portuguesa com ingredientes e técnicas de outras culturas, especialmente de antigas colónias, criando combinações de sabores inovadoras. Pratos como okonomiyaki de caldo verde e coelho com piri-piri mostram essa fusão.


Localização:
Rua das Flores 103, Lisboa (Chiado)

Ofício Tasco Atípico

O Ofício é uma tasca diferente, que embora fuja ao tradicional pela sua abordagem, mantém os sabores clássicos da gastronomia portuguesa. Com um menu elaborado pelo chef  Hugo Candeias, os pratos são uma releitura de petiscos portugueses, com uma mistura de influências internacionais. O cardápio apresenta pratos leves como cavala com vinagrete de alface e tártaro de vaca com tutano, além de opções mais substanciais como codornizes com molho de escabeche e arroz de forno à antiga. Aqui, a sobremesa também se destaca, com uma versão inovadora do clássico bolo de bolacha, enriquecido com ganache de chocolate.

Localização: Rua Nova da Trindade 11, Lisboa (Bairro Alto)

As tascas são uma parte essencial da cultura portuguesa, representando a hospitalidade e o amor pela boa comida. Seja numa tasca tradicional ou numa contemporânea, cada visita é uma oportunidade para experimentar os sabores autênticos de Portugal.

Numa visita próxima à cidade de Lisboa recomendamos que não deixe de incluir uma ou mais destas tascas no seu roteiro gastronómico. A experiência será, sem dúvida, inesquecível, especialmente se visitar a cidade durante o outono, quando o cheiro das castanhas assadas invade as ruas, vindas dos tradicionais assadores de São Martinho.

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